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Lokah samastah sukhino bhavantu.

Desde os tempos remotos até os dias de hoje, a procura da felicidade é um dos grandes objetivos da humanidade. Seja através da religião, ciência, tratamentos médicos-psiquiátricos ou mesmo buscando a realização profissional, as pessoas sempre sonharam alcançar aquele sentimento de equilíbrio, plenitude e satisfação.

A muitos séculos os grandes mestres orientais já sabiam que a meditação tem papel fundamental nessa questão. A meditação não é uma questão simplesmente filosófica, ela provoca mudanças profundas e reais em nosso corpo e cérebro, agindo inclusive no córtex frontal, diminuindo a dor e a ansiedade e aumentando em muito os nossos níveis de consciência e felicidade.

Dr. Raphael Mechoulam, O mestre.

Mas foi somente em 1992 que o Dr. Raphael Mechoulam descobriu a substância produzida naturalmente por nosso organismo responsável por muitas dessas sensações e processos, a Anandamida, o primeiro canabinóide endógeno descoberto.

Ligada diretamente a supressão de sentimentos ruins, como a dor e a ansiedade, a Anandamida é um neurotransmissor canabinóide endógeno sintetizado principalmente nas partes do cérebro ligadas a processos de pensamentos elevados, as mesmas partes do cérebro atingidas pela prática da meditação. Coincidentemente (ou não) tanto a Anandamida quanto a meditação trazem os mesmos efeitos analgésicos, ansiolíticos e antidepressivos para nosso organismo.

Meditação, “sm-sm-t” e a procura da felicidade.

Para os Hindus a meditação é uma prática sagrada secular que possibilita a conexão com suas Divindades.  Em suas escrituras sagradas, os textos “Vedas”, um dos mais antigos textos da história humana escritos na Índia a mais de 3000 anos, a cannabis é considerada uma das 5 plantas sagradas da humanidade. Shiva, uma das principais divindades Hindu, é constantemente descrito como um apaixonado pela planta.

Nos mais antigos textos egípcios dedicados a medicina, os papiros de Ramesseum III (1900 A.C.) e de Ebers (1600 A.C.), a maconha, ou “sm-sm-t” também já era citada e recomendada. Uma de suas Deusas, Sexate (ou Sechat), Divindade ligada ao conhecimento e a escrita, tem uma folha de maconha em cima de sua cabeça.

Além de descrita nos textos antigos da farmacopeia chinesa como um poderoso remédio, a maconha também era utilizada para fins “recreativos”, como comprova um recente descoberta arqueológica, onde maconha fossilizada foi encontrada em tumbas e escavações na região da Eurásia central.  Em que a espécie encontrada foi deliberadamente escolhida para cultivo por ter um alto teor de THC.

O primeiro vaporizador de Cannabis da história

Nessas mesmas escavações foi encontrado também o primeiro “vaporizador de ervas” do mundo, um recipiente onde pedras aquecidas vaporizavam a erva. Essa nova “tecnologia” foi disseminada por todo mundo antigo.  No século V antes de Cristo, por exemplo, o historiador grego Heródoto descreveu que moradores das estepes do Cáspio comumente se reuniam em pequenas tendas, onde queimavam ervas em um recipiente com pedras quentes.

Fitocanabinóides e a Homeostase do organismo.

Se nas mais avançadas culturas antigas a maconha sempre foi ligada a cura e ao bem-estar, as pesquisas atuais comprovam, cientificamente, o que já sabemos há milênios. Que a prática de meditação estimula nosso sistema natural de produção de endocanabinóides, e que a Cannabis é a principal fonte natural dos fitocanabinóides, tão necessários a homeostase do nosso organismo e a felicidade do ser humano.

Hoje, sabemos que a correta produção dos endocanabinóides é responsável por manter a homeostase, o equilíbrio do organismo, e possibilitar o correto funcionamento do nosso corpo e mente. Porém estudos recentes apontam que o stress do dia a dia, a má alimentação e o estilo de vida do mundo moderno estão dificultando a produção natural dos endocanabinóides, como a Anandamida, causando um quadro de deficiência clínica de endocanabinóides e levando um grande número de pessoas a desenvolverem quadros de; dores crônicas, ansiedade e depressão.

Com o avanço recente nas pesquisas dos Fitocanabinóides, como o tetrahidrocanabinol e o canabidiol, descobrimos que nosso cérebro recebe e responde aos fitocanabinóides da mesma maneira que recebe e responde aos endocanabinóides, como a Anandamida.

Assim, fitocanabinóides como o canabidiol ajudam nosso organismo a controlar as mesmas áreas, processos e sensações. Mantendo a homeostase e produzindo uma série de efeitos fisiológicos a nível molecular, afetando desde nossa pressão sanguínea até nossas sensações, lembranças de dor, memórias, e nossa própria consciência.

Como os mestres orientais já sabiam a muitos séculos, nosso cérebro quando corretamente suprido por canabinóides, sejam eles “endo” como a Anandamida ou “fito” como o canabidiol, adquire uma capacidade maior de aliviar as tensões, ansiedades, dores e angustias tão comuns a todos nós. Atingindo assim, a homeostase, o equilíbrio.

Sem nenhuma dúvida os fitocanabinóides, aliados a meditação, irão se tornar o principal tratamento para algumas das doenças mais graves do nosso mundo moderno, como a dor crônica, a ansiedade e a depressão.

Um tratamento totalmente natural, sem a utilização das substâncias químicas tão prejudiciais ao nosso organismo, garantindo assim uma chance muito maior de se atingir o equilíbrio, e assim chegar a tão sonhada felicidade.

Ou como diria o grande mestre: – “Lokah samastah sukhino bhavantu.” (Que todos os seres do mundo sejam felizes e estejam em paz).

Namastê.

Rodolfo RosatoCVO – Kannamed

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